sábado, 30 de julho de 2011

A Vontade de Deus


A Vontade de Deus
por
Arthur W. Pink

Ao tratar da Vontade de Deus alguns teólogos têm diferenciado entre Sua vontade decretiva e Sua vontade permissiva, insistindo que há certas coisas que Deus tem positivamente pré-ordenado, mas outras coisas que Ele meramente tolera existir ou acontecer. Mas tal distinção não é uma distinção de maneira alguma, na medida em que Deus somente permite o que está de acordo com Sua vontade. Nenhuma distinção teria sido inventada, tivesse esses teólogos discernido que Deus pode ter decretado a existência e atividades do pecado sem Ele mesmo ser o Autor do pecado. Pessoalmente, nós preferimos adotar a distinção feita pelos antigos Calvinistas entre a vontade secreta e revelada de Deus, ou, para expressar de uma outra forma, Sua vontade dispositiva e preceptiva.

A vontade revelado de Deus é feita conhecida em Sua Palavra, mas Sua vontade secreta são Seus próprios conselhos encobertos. A vontade revelada de Deus é o definidor de nosso dever e o padrão de nossa responsabilidade. A primária e básica razão pela qual eu devo seguir certo curso ou fazer certa coisa é por causa da vontade de Deus, a Sua vontade sendo claramente definida para mim em Sua Palavra. Que eu não deveria seguir um certo curso, que eu devo me abster de fazer certas coisas, é porque elas são contrárias à vontade revelada de Deus. Mas suponha que eu desobedeça a Palavra de Deus, então, eu não contrario Sua vontade? E se é assim, como pode ainda ser verdade que a vontade de Deus sempre é feita e Seu conselho consumado todas as vezes? Tais questões fazem evidente a necessidade de se defender uma distinção aqui. A vontade revelada de Deus é freqüentemente contrariada, mas Sua vontade secreta nunca é frustrada. Que é legítimo fazermos tal distinção concernente à vontade de Deus, é clara a partir das Escrituras. Tome esta duas passagens: "Porque esta é a vontade de Deus, a saber, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição" (1 Tessalonicenses 4:3); "Dir-me-ás então. Por que se queixa ele ainda? Pois, quem resiste à sua vontade?" (Romanos 9:19). Pode um leitor pensativo declara que a "vontade" de Deus tem precisamente o mesmo significado em ambas dessas passagens? Nós seguramente esperamos que não. A primeira passagem refere-se à vontade revelada de Deus, a última à Sua vontade secreta. A primeira passagem concerne a nosso dever, a última declara que o propósito secreto de Deus é imutável e deve acontecer não obstante a insubordinação das Suas criaturas. A vontade revelada de Deus nunca é perfeitamente ou completamente realizada por alguém de nós, mas Sua vontade secreta nunca falha na consumação até mesmo no mais minucioso detalhe. Sua vontade secreta concerne principalmente a eventos futuros; Sua vontade revelada, nosso dever presente: uma tem que ver com Seu irresistível propósito, o outro com Seu agrado manifestado: uma é elaborada sobre nós e realizada através de nós, a outra é para feita por nós.

A vontade secreta de Deus é Seu eterno, imutável propósito concernente a todas as coisas que Ele fez, para produzir certos meios para seus fins apontados: disto Deus declara explicitamente: "Meu conselho subsistirá, e farei toda Minha vontade" (Isaías 46:10). Esta é a absoluta, eficaz vontade de Deus, sempre efetuada, sempre realizada. A vontade revelada de Deus contêm não Seu propósito e decreto, mas nosso dever, - não o que Ele fará de acordo com Seu eterno conselho, mas o que nós deveríamos faze se quiséssemos agradá-LO, e isto é expresso nos preceitos e promessas de Sua Palavra. O que quer que Deus tenha determinado consigo mesmo, seja para Ele próprio fazer, ou para fazer pelos outros, ou tolerar que seja feito, enquanto isto está em Seu próprio seio, e não foi feito conhecido por algum evento na providência, ou por preceito, ou por profecia, é Sua vontade secreta. Tais são as coisas profundas de Deus, os pensamentos de Seu coração, os conselhos de Sua mente, que são impenetráveis para todas criaturas. Mas quando estas coisas são feitas conhecidas, elas tornam-se Sua vontade revelada: tal é quase todo o livro do Apocalipse, no qual Deus tem feito conhecido a nós "coisas que brevemente devem acontecer" (Apocalipse 1:1 - "deve" porque Ele eternamente propôs que deveriam acontecer).





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segunda-feira, 25 de julho de 2011

O português dos nossos púlpitos

 
Por que eles falam tão errado?
Israel Belo de Azevedo

O uso de expressões incorretas nos púlpitos brasileiros como “pra mim fazer” e “a gente fomos criados” está se tornando tão comum quanto o das corretas e usuais “aleluia” e “glória a Deus”. E se, espiritualmente, isso não chega a prejudicar a comunicação da mensagem de Deus, esses pregadores, no mínimo, ferem os ouvidos dos mais atentos e até de quem é mais moderno e maleável em relação à lingüística. Expressões idiomáticas como “o cara tá ferrado” ou “aquela família pirou de vez” são “moleza” diante dos absurdos.
É óbvio que o mau uso da língua em qualquer espécie de comunicação, e aí se incluem os pregadores do Evangelho, provoca graves prejuízos aos ouvintes. Erros de concordância, uso de terminologia inadequada, ambigüidade ao falar, pobreza de estilo e vulgaridade vocabular estão entre os principais problemas lingüísticos de muitos púlpitos. Outro reflexo do despreparo dos pastores é em relação aos erros de interpretação da mensagem.
A professora da Faculdade de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS), Marisa Magnus Smith, explica que o padrão culto do idioma, além de ser uma espécie de marca de identidade, constitui recurso imprescindível para uma boa argumentação. “Em situações em que a norma culta se impõe, transgressões podem desqualificar o conteúdo exposto e até mesmo desacreditar o autor”, escreve ela no artigo intitulado “Auto-aprimorando nosso conhecimento em língua materna”.


Para o gramático Evanildo Bechara, a norma culta tem sido atingida pela diminuição das fontes de cultura da sociedade

 
Foi o que aconteceu durante um casamento, quando, ao cometer inúmeros erros durante a cerimônia religiosa, um pastor constrangeu tanto convidados quanto noivos. “No início, pensei que ele tivesse a língua presa. Mas quando disse ‘a gente fomos criados’, percebi que era mesmo um erro gritante e inaceitável. Durante a festa, o pai da noiva tentou se justificar, alegando que apesar de o pastor ser muito simples, era um homem muito bom. Reconheço que nossa língua é difícil, mas são cada vez mais assustadores os erros de português cometidos nos púlpitos”, lamentou uma corretora de seguros que pediu para não ser identificada.
A professora de Língua Portuguesa do Seminário Palavra da Vida, Denise Terezinha Antunes Santiago, explica que o problema é de formação educacional. Segundo ela, o ensino fundamental (1ª à 8ª séries) é deficiente. “Desde cedo, eles deveriam aprender o português correto, mas como o nível de quem ensina também não é o ideal, as crianças aprendem e se habituam a falar errado. A formação ruim prejudica a interpretação do texto bíblico e a transmissão correta da mensagem fica deformada”, ressalta ela.
Outro agravante, para Denise, é que muitos pastores repetem, no mundo físico, um fenômeno resultante do mundo virtual, através do uso do computador. Em outras palavras, a linguagem é quase cifrada, deixando o conteúdo da frase incompleto. “Como muitos dos jovens de hoje, alguns pastores e seminaristas também não conseguem completar a própria argumentação”, observa. Ou seja, a cada dia que passa, ambos deixam mais incompleto o pensamento. E, por conseqüência, claro, a mensagem.




Geraldo Nunes, reitor da Faculdade Teológica Nazarena, percebe que há um total desprezo pela língua portuguesa nos púlpitos


O reitor da Faculdade Teológica Nazarena, Geraldo Nunes, afirma que há um total desprezo pela língua portuguesa. “Acredito que o pastor pode usar o púlpito para desafiar as novas gerações a resgatar o nosso idioma”, afirma ele, que entende que a adoção de expressões como “a liderança chutou o balde naquele evento” ou “o cara tá ferrado”, embora inadequada, até pode mostrar identificação com certos auditórios, como os formados por jovens e adolescentes. “Mas é preciso muito cuidado ao usá-las para não menosprezar o conteúdo da mensagem apresentada”, aconselha.
Foi a constatação do mau uso da língua portuguesa que fez com que o pastor Cesar Augusto Arruda abordasse o assunto no livro Socorro! Tenho que Preparar um Sermão!, da Editora AD Santos. Segundo ele, o desconhecimento da língua portuguesa e o conseqüente erro de interpretação textual por falta de conhecimento das palavras lidas provocam distorções teológicas.
Arruda lembra que um dos sermões que o surpreenderam negativamente foi o de um irmão pregando sobre a assunção (subida, elevação) de Jesus Cristo aos céus. No entanto, infelizmente, o pregador estava querendo dizer que “naquele dia, Jesus era o assunto do céu. Não havia outra conversa no céu, porque Jesus era o assunto do dia!” Outro exemplo que menciona como verdadeiro atentado à Bíblia e ao idioma, é a seguinte declaração: “Jesus não veio perdoar os pecados. Veio só dar uma olhada neles, porque está escrito que Jesus veio espiar o nosso pecado...” Se essas situações não fossem lamentáveis, até seriam engraçadas.
“Pastores não devem fugir do ensino e do conhecimento da língua natal porque, para conseguir entender a Palavra de Deus, é preciso compreender primeiro a nossa língua. Evitaríamos disparidades”, escreveu Arruda em seu livro, que reúne também diversas pérolas, como o uso de pleonasmo nos púlpitos brasileiros. “Subir para cima e descer para baixo” são expressões triviais, de acordo com ele. Cacófatos também contribuem para o demérito do conteúdo, pois frases do tipo “eu vi ela passando por ali”, além de imperdoáveis, causam ruídos na comunicação.
Todo esse pacote de falhas na emissão da mensagem tem progressivamente frustrado ouvintes que poderiam estar sendo motivados a aprender mais de Deus. Ao contrário, em vez de se sentirem atraídos para a boa qualidade da forma e do conteúdo do que se quer comunicar, visitantes e membros mais atentos acabam se sentindo incomodados com o pouco valor atribuído a uma missão tão nobre: falar de Cristo. “Já deixei de freqüentar certas igrejas, até na zona sul, porque os pastores não sabiam falar, não se esmeravam no cuidado com a língua portuguesa e até usavam expressões chulas no culto, provavelmente em busca de uma imagem mais popular”, comenta Mauro Chaves, interessado no Evangelho, mas avesso às irresponsabilidades lingüísticas percebidas nos púlpitos. E ele não é o único. “Se a principal atividade do pastor é pregar, ele precisa estar altamente preparado para tanto. Um bom sermão precisa de, no mínimo, seis horas de estudo. Mas muitos pastores chegam aos púlpitos para bater papo e, sem perceber, acabam permitindo a contaminação de muitos erros de português e de expressão na pregação”, reclama Izadora Buarque, formada em Comunicação Social e membro de uma igreja batista.
O gramático Evanildo Bechara avalia que a norma culta tem sido atingida pela diminuição das fontes de cultura da sociedade. “Hoje, praticamente, o último baluarte cultural é a escola, degustada do seu valor, vilipendiada pelos poderes práticos e desprestigiada pela própria sociedade”, lamenta. Segundo ele, a conseqüência é o aumento da distância entre a fala espontânea e o texto redigido dentro da tradição culta. “Essa produção ‘natural’ que nasce do conhecimento que cada um de nós tem de sua língua atende às primeiras necessidades que, quase sempre, são suficientes quando falante ou ouvinte está presente, porque aí elementos extralingüísticos participam e garantem a comunicação. A função da escola é transformar esse conhecimento intuitivo da língua numa competência reflexiva”, comenta, discorrendo sobre a defesa que algumas pessoas fazem de que o importante não é falar certo, mas sim, comunicar. 




FERRAMENTAS
 
Para evitar constrangimentos e garantir que os pregadores manejem com maestria a língua portuguesa, o escritor Augusto Gotardelo, já falecido, dedicou um livro aos pastores – Português para Pregadores Evangélicos, de Edições Vida Nova. “Pregando, evangelizando por carta, redigindo artigos, boletins e convites, sejam precisos e dêem ao recado de Deus a beleza que ele deve ter”, adverte. A publicação reúne desde dúvidas sobre gramática até textos meditativos, além de trazer exercícios.
O pastor batista Antônio Carlos Dias concorda que a língua materna deve merecer atenção especial do pregador. “É lamentável, tanto para o pregador quanto para a mensagem, cometer graves falhas de português. Não é preciso ser um erudito, mas é imprescindível evitar erros primários. Quanto mais cultura e preparo o pastor tiver, mais fácil e mais eficiente será o seu ministério”, garante. O pastor deve conhecer bem o homem e a cultura de seu tempo – suas idéias, seus costumes, seus problemas, sua personalidade e sua psicologia. “O pregador não pode contentar-se em estudar apenas sua Bíblia. Não deve ser um ‘homem de um livro só’. Tem que ser um leitor insaciável de informações. Ler jornais, revistas, livros. Quem afirma que o pregador deve estudar só a Bíblia revela ignorância ou preguiça mental”, complementa.
Denise Terezinha concorda que o caminho para corrigir a deficiência educacional é a leitura. “Ao ler bastante, tendo acesso a bons livros, ele se familiariza com a forma de linguagem utilizada e automaticamente passa a usar, de forma mais adequada, a língua portuguesa, mesmo sem saber a gramática”, ressalta.
O professor da Universidade Metodista de São Paulo Leonildo Silveira Campos disse que no protestantismo clássico, o pastor, por mais escolaridade que tenha, perdeu a capacidade de moldar a linguagem de sua comunidade. Segundo ele, quem faz a forma de pensar e de falar das comunidades protestantes são os meios de comunicação de massa. “Muitos desses meios estão nas mãos de seus concorrentes (os pastores pentecostais), que não estão interessados na fala correta e sim na linguagem que comunica bem sua mensagem às massas”, sinaliza Campos, também autor do livro Teatro, Templo e Mercado: Organização e Marketing de um Empreendimento Neopentecostal.
O professor avalia, ainda, que a perda do hábito de ler a Bíblia, tanto nos cultos ou fora deles, quanto as revistas de Escola Dominical – e até o hábito de cantar os louvores congregacionais através de transparências nas paredes e nos telões, em substituição aos hinos nos hinários – contribuem para o uso indevido da língua portuguesa. Ele chama a atenção para o fato de ser muito comum, na hora do louvor nas igrejas, o público ler as letras de cânticos com erros crassos de grafia e concordância.








CURIOSIDADES

Os tipos de língua falada se dividem em culta, coloquial, vulgar, regional e grupal.
Culta: falada por pessoas de instrução. Obedece à gramática da língua-padrão.
Exemplo: “Temos conhecimento de que alguns casos de delinqüência juvenil no mundo hodierno...”
Coloquial: espontânea, usada para satisfazer as necessidades vitais do falante sem muita preocupação com as formas lingüísticas. É a língua cotidiana, que comete pequenos – mas perdoáveis – deslizes gramaticais.
Exemplo: “Cadê o livro que te emprestei? Me devolve em seguida, tá?”
Vulgar: Própria de pessoas sem instrução. É natural, colorida, expressiva, livre de convenções sociais. Infringe totalmente as convenções gramaticais.
Exemplo: “Nóis ouvimo falá do programa da televisão”.
Regional: Está circunscrita a regiões geográficas, caracterizando-se pelo acento lingüístico, que é a soma das qualidades físicas do som (altura, timbre, intensidade).
Exemplo: “A la pucha, tchê! O índio está mais por fora do que cusco em procissão – o negócio é a tal de comunicação, seu guasca!”
Grupal: Pertence a grupos fechados, como médicos, advogados, jovens, etc...
Exemplo: “Aí, mano, o show de ontem tava irado!” 



A HISTÓRIA DO PORTUGUÊS BRASILEIRO
O português é uma língua derivada do latim.
Quando o Brasil foi descoberto pelos portugueses, havia mais de mil línguas no país, faladas por índios de diversas etnias, segundo o lingüista Aryon Cabral, do Laboratório de Línguas Indígenas da Universidade de Brasília. Para estabelecer uma comunicação com os nativos, os portugueses aprenderam os dialetos e idiomas indígenas.
A partir do tupinambá, falado pelos grupos mais abertos ao contato com os colonizadores, criou-se uma língua geral entre índios e não-índios. Essa língua foi a primeira influência exercida sobre o idioma dos portugueses no Brasil.
Outro contato que influenciou a língua portuguesa na América foi com os negros que desenvolveram um português crioulo.
A predominância do português começa a se dar a partir da segunda metade do século 18, com o aumento de imigrantes portugueses.
Em 17 de agosto de 1758, a língua portuguesa torna-se o idioma oficial do Brasil através do decreto do Marquês de Pombal, que também proíbe o uso da língua geral. No entanto, os falantes brasileiros já haviam incorporado diversas palavras de origem indígena e africana em seu vocabulário. Abacaxi, caatinga, caju, capim, capivara, Parati, são palavras que tiveram origem na língua indígena.
A influência indígena também acabou propiciando a criação de expressões idiomáticas, como “andar na pindaíba” e “estar de tocaia”.
As palavras “acarajé” e “vatapá”, por exemplo, são influências dos africanos.
As diversas variedades regionais da língua existentes no Brasil são resultado da miscigenação com os imigrantes europeus, como alemães e italianos.



http://www.revistaenfoque.com.br/index.php?edicao=60&materia=512

quarta-feira, 20 de julho de 2011

A Soberânia de Deus






Deus Reina: A Soberania Divina

por
Bíblia de Estudo de Genebra

 
Daniel 4:34,35: “Mas ao fim daqueles dias, eu, Nabucodonosor, levantei os olhos ao céu, tornou-me a vir o entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei, e glorifiquei ao que vive para sempre, cujo domínio é sempiterno, e cujo reino é de geração em geração. Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e, segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?”.

A afirmação de que Deus é absolutamente soberano na criação, na providência e na salvação é básica à crença bíblica e ao louvor bíblico. A visão de Deus reinando de seu trono é repetida muitas vezes (1Rs 22.19; Is 6.1; Ez 1.26; Dn 7.9; Ap 4.2; conforme Sl 11.4; 45.6; 47.8-9; Hb 12.2; Ap 3.21). Somos constantemente lembrados, em termos explícitos, que o SENHOR (Javé) reina como rei, exercendo o seu domínio sobre grandes e pequenos, igualmente (Ex 15.18; Sl 47; 93; 96.10; 97; 99.1-5; 146.10; Pv 16.33; 21.1; Is 23.23; 52.7; dn 4.34-35; 5.21-28; 6.26; Mt 10.29-31). O domínio de Deus é total: ele determina como ele mesmo escolhe e realiza tudo o que determina, e nada pode deter seu propósito ou frustrar os seus planos. Ele exerce o seu governo no curso normal da vida, bem como nas mais extraordinárias intervenções ou milagres.
As criaturas racionais de Deus, angélicas ou humanas, gozam de livre ação, isto é, têm o poder de tomar decisões pessoais quanto àquilo que desejam fazer. Não seríamos seres morais, responsáveis perante Deus, o Juiz, se não fosse assim. Nem seria possível distinguir – como as Escrituras fazem – entre os maus propósitos dos agentes humanos e os bons propósitos de Deus, que soberanamente, governa a ação humana como meio planejado para seus próprios fins (Gn 50.20; At 2.23; 13.26-39). Contudo, o fato da livre ação nos confronta com um mistério. O controle de De3us sobre os nossos atos livres – atos que praticamos por nossa própria escolha – é tão completo como o é sobre qualquer outra coisa. Mas não sabemos como isso pode ser feito. Apesar desse controle, Deus não é e não pode ser autor do pecado. Deus conferiu responsabilidade aos agentes morais, no que concerne aos seus pensamentos, palavras e obras, segundo a sua justiça. O Sl 93 ensina que o governo soberano de Deus (a) garante a estabilidade do mundo contra todas as forças do caos (vs. 1-4); (b) confirma a fidedignidade de todas as declarações e ensinos de Deus (v. 5) e (c) exige a adoração do seu povo (v. 5). O salmo inteiro expressa alegria, esperança e confiança no Todo-Poderoso.


Fonte: Bíblia de Estudo de Genebra, Nota Teológica, página 991.

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segunda-feira, 18 de julho de 2011

O Reino de Deus

Porque o reino de Deus está dentro de vós

(LC 17:20-21) “Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós”.

O que é o reino de Deus?

O Reino de Deus é o governo de Deus nas nossas vidas. Todo discípulo de Jesus precisa saber que:

1- O Reino de Deus é um princípio estabelecido por Deus desde a criação do homem:

O Reino de Deus foi estabelecido no jardim do éden para que o homem vivesse por meio Dele. Deus estabeleceu este princípio para dar ao homem uma vida segura - próspera – abençoada - frutífera e cumprisse o Seu propósito.

(GN 1:27-28) “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra”.

Adão rejeitou o governo de Deus e tornou-se independente:

(GN 2:15-17) “Tomou, pois, o SENHOR Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar. E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás”.

Quando Adão comeu do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, decidiu viver independente de Deus. O homem passou a ser o seu próprio Deus.

(GN 3:4-6) ”Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal. Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu”.

O povo de Israel também recusou ser governado por Deus:

(ISM 8:7-8) “Disse o SENHOR a Samuel: Atende à voz do povo em tudo quanto te diz, pois não te rejeitou a ti, mas a mim, para eu não reinar sobre ele. Segundo todas as obras que fez desde o dia em que o tirei do Egito até hoje, pois a mim me deixou, e a outros deuses serviu, assim também o faz a ti”.

Por conseqüência toda a humanidade também já nasce na independência: Desta forma, o homem recebeu por conseqüência do seu pecado a morte que significa: Separação. O homem foi separado da comunhão com Deus e expulso do Seu Reino. Por esse motivo, é necessário que todo homem se arrependa da sua independência, para voltar a fazer parte do Reino de Deus.

(MC 1:15) “dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho”.


2-O que o Reino de Deus está diretamente ligado a nossa salvação:

Para recebermos a salvação temos que primeiramente receber o Reino de Deus na nossa vida, confessando Jesus como Senhor.

(RM 10:9) “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo”.

Isto quer dizer que Jesus antes de ser o meu salvador é primeiramente o meu Senhor. O Senhor é aquele que da as ordens e dever do servo é obedecer do seu Senhor. Deus quer salvar o homem, mas também quer governar sobre a vida do homem.

3-O Reino de Deus não vem com aparência exterior:

O reino de Deus veio para tirar o homem do centro e mudar a sua vida de dentro para fora:

A resposta de Jesus para os fariseus a respeito do Reino de Deus:
Os judeus esperavam um Reino visível aos seus olhos, ou seja, um rei que se assentasse no trono de Israel para governar o povo e retirá-los do domínio romano.

(LC 17:20-21) “Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós”.


No nosso coração existe um trono, e aquele que está assentado neste trono é quem governa a nossa vida: O incrédulo tem o Eu no trono do seu coração: Ele é quem governa sua própria vida, porque não crê em Deus.

O religioso também tem o Eu no trono do seu coração. Ele sabe que Deus existe, chama Jesus de Senhor, mas ainda governa a sua própria vida. Deus existe apenas para abençoá-lo.

(MT 7:21) “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus”.

Mas no trono do coração do discípulo, Jesus está assentado para reinar.

4-O Reino de Deus tem uma porta de entrada:

(LC 13:24) “Respondeu-lhes: Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, pois eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão”.

Ninguém pode ver o Reino de Deus sem nascer novamente:

Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus..

5-Devemos receber o Reino de Deus como uma criança:

Toda criança precisa do cuidado dos pais, do amor, da atenção, da disciplina, da correção e do ensino. Isto quer dizer que devemos ser novamente reeducados em todos os aspectos da nossa vida. Disse Jesus:

(LC 18:17) “Em verdade vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança de maneira alguma entrará nele”.

(MT 18:3-4) “E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus”.

Toda criança é humilde de espírito e todo humilde não resiste ao ensino:

(MT 5:3) “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus”.

6-O Reino de Deus é tomado por esforço:

Não é o esforço humano, mas é a perseverança. Este esforço está relacionado com a Fé em Deus e no poder do Espírito Santo.

(MT 11:12) “Desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele”.

(AT 14:22) “fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé; e mostrando que, através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus”.

7-Os princípios do Reino de Deus são de Justiça, paz e alegria no Espírito:

(RM 14:17) “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”.

 
(I PE 4:12-14) “Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando. Se, pelo nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus”.



obs 
--  É de razoável compreensão que o Reino de Deus está dentro da vida daqueles que recebem Jesus Cristo como Senhor e Salvador em sua vida, porque eis que o reino de Deus está dentro de vós”

Não devemos confundir Reino de Deus com soberania de Deus.

Jesus disse:                                                       
Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, logo é chegado a vós o reino de Deus. Mateus 12:28

Antes do Senhor Jesus dizer isso ele já reinava sobre a terra? Sim, Ele Reinava e Reina.
Então como explicar o texto acima?


Leia

DEUS REINA A SOBERANIA DIVINA